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Decisão

Muitos de nós procrastinamos enquanto podemos e quando, finalmente, tomamos uma decisão, nem sempre ficamos satisfeitos com a escolha.

Redação
Por: Redação
05/05/2020 às 21h40
Decisão
Foto: Reprodução internet

Ir ou não ir? Eis a questão. Falar ou não falar? Eis a questão. Mudar ou não mudar? Eis a questão. Comprar ou não comprar? Eis a questão. Escrever ou não escrever? Eis a questão. Ficar em casa ou sair? Eis a questão.

Bem, como é possível perceber, são muitas as questões que temos diante de nós e que nos exigem uma tomada de decisão. Muitos de nós procrastinamos enquanto podemos e quando, finalmente, tomamos uma decisão, nem sempre ficamos satisfeitos com a escolha.

Vocês não acham que deveríamos ser educados a tomar decisões? Sim, porque decisões são importantíssimas. Elas mudam nossas vidas, pra melhor ou pra pior, e somos deixados “à deriva” logo cedo sem um manual de instrução. Aliás, me vem à mente que quando adolescentes a gente conta os dias e as horas para sermos donos do próprio nariz. Aquele momento em que ganharemos nossa carta de alforria e a exibiremos a todo aquele que se achar no direito de dizer o que devemos ou não fazer.

Nessa fase reclamamos tanto de nossos pais escolherem nossas roupas, corte de cabelo, escola, atividades extras e nem paramos para pensar em como deve ter sido difícil também pra eles fazerem suas escolhas. Penso que eles devem ter travado uma luta interna como nós. Que também tinham medo de estarem tomando decisões erradas, cujo preço quem iria pagar eram os filhos.

Por outro lado, pesquisas científicas apontam que, de uma maneira geral, nunca ficaremos satisfeitos com a decisão que tomarmos. Isso porque quando algo não sai de acordo com o que havíamos planejado nossa tendência é pensar: “teria sido melhor se eu tivesse decidido pela outra opção”. E aí sofremos pela escolha que foi feita e pela que não foi feita.

A filósofa Ruth Chang em palestra no TED (se você não conhece a plataforma, superindico), intitulada “Como fazer escolhas difíceis”, explica que é mais “fácil” tomar decisões quando a gente consegue perceber claramente que uma escolha é boa e a outra ruim. O problema começa quando temos diante de nós duas escolhas boas. Como escolher entre elas?

Ruth dá a dica: em vez de olhar para fora, para os prós e contras de uma decisão, devemos olhar para dentro de nós. O que nós queremos? O que nos fará felizes? E tomar decisões com base nesses parâmetros assusta porque pode nos levar a caminhos desconhecidos. Na maior parte das vezes preferimos o caminho mais seguro, no qual nos sentimos confortáveis.

Fazer escolhas pode gerar angústias em nossa mente e em nossos corpos, mas com certeza são oportunidades de nos conhecermos mais a fundo. Como diz Ruth: “Escolhas não são difíceis por causa da nossa ignorância em escolher, mas porque não há uma escolha melhor”. Eu completo: Descubra quem é você e quem você deseja se tornar. Isso não vai torna a escolha mais fácil, mas vai ajudar a tomar a melhor decisão pra você. 

Professora Doutora Graciene Siqueira 

Graciene Silva de Siqueira

Graciene Silva de Siqueira é professora do curso de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas em Parintins desde 2009. Possui mestrado em Ciências da Comunicação (UFAM/Manaus) e doutorado em Letras (Mackenzie/SP). Trabalhou onze anos em redações de jornais como A Crítica, A Notícia, Diário do Amazonas e O Estado do Amazonas, nas funções de repórter, colunista e editora.

Apaixonou-se por filmes quando trabalhou em uma videolocadora nos anos 1980. Escreveu roteiro de curtas-metragens premiados no Amazonas, como Telefone sem fio, Além da vida e Sonhos, e outros exibidos em festivais, como Mormaço e Próximo ponto. Pesquisa e coordena projetos relacionados à Sétima Arte na Ufam. Em seus planos estão escrever o roteiro de um longa-metragem e um livro de crônicas.

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