Dos seis ministros empossados ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o novo ministro das Relações Exteriores, chanceler Carlos Alberto Franco França que substituiu Ernesto Araújo, sinalizou uma guinada na condução da diplomacia brasileira. Pelo menos em discurso.
Em sua fala, o novo chanceler sinalizou mudanças na condução da política externa, com a diplomacia da Saúde, Meio Ambiente e Economia, sem exceção.
Carlos França prometeu ampliar a rede de contato das missões e consulados brasileiros no exterior para realizar uma “verdadeira diplomacia da saúde”.
É uma postura bem adversa ao seu antecessor, Ernesto Araújo, presente na posse. Durante sua permanência na pasta, criou atritos diplomáticos com a China. Impediu inclusive a compra de vacinas no exterior, no caso, a Sputnik produzida pela Rússia, seguindo alinhamento com o governo Donaldo Trump.
Resta saber se o clã Bolsonaro vai permitir que o novo Chanceler reconstrua a política externa brasileira.
Lixo da história
Um dos expoentes da seita bolsonarista fundamentalista, a passagem de Ernesto Araújo no comando da política externa contribuiu tristemente para que o Brasil fosse colocado como um pária no contexto mundial.
Suas declarações estapafúrdias desonrou a diplomacia brasileira em um momento delicado da pandemia.
Seus delírios alimentados pela insanidade da seita, pôs por terra a tradição da diplomacia brasileira reconhecida e respeitada mundialmente.
A primeira lambança de Araújo ocorreu ainda no primeiro mês em não evitar que o governo Bolsonaro reconhecesse Tel Aviv como capital de Israel, colocando em risco as relações comerciais e diplomática com os países árabes, compradores de carnes bovinas e de frango.
Durante a pandemia, atacou junto com os filhos de Bolsonaro a China, atacou países que cobravam sobre o desmatamento da Amazônia.
Piada do dia
A informação publicada nesta terça-feira (06/04) na coluna Sim Não de A Crítica dando contra da pretensão do ex-ministro da Saúde, general de três estrelas, Eduardo Pazuello em se candidatar ao Governo do Estado do Amazonas, pode ser um balão de ensaio. Furado.
Enquanto Ministro da Saúde está sob os ombros de Pazuello a morte de dezenas de amazonenses por falta de oxigênio em 14 de janeiro apesar de ter sido avisado do colapso. Pelo contrário, o ex-ministro tentou empurrar de goela abaixo o kit-Covid na rede pública do estado e do Município de Manaus.
Seria cômico se não fosse trágico, se um dos entusiastas seja o Coronel Menezes (ex-Suframa) que teve um pífio desempenho eleitoral nas últimas eleições municipais.
Inquéritos encerrados
A Defensoria Pública da União pediu que todos os inquéritos abertos com base na Lei de Segurança Nacional, um esbulho do período autoritário sejam encerrados.
O governo Bolsonaro vem utilizando a lei contra seus críticos. O exemplo mais recente foi o Youtuber Felipe Neto cujo inquérito foi aberto pela Polícia Civil no Rio de Janeiro e suspenso por determinação judicial.
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e agora chefe da Advocacia Geral da União, André Mendonça é apontado como o mentor de boa parte dos 77 processos abertos. Ele postula a vaga de ministro do Superior Tribunal Federal com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello.
Mantra
No dia em que o Brasil bateu a marca de 4.150 mortos vítimas do Convi-19 e o colapso em 19 Estados e no Distrito Federal, milhares de pessoas a espera de leito clínico e de UTI e a falta de vacinas, o presidente Jair Bolsonaro preferiu ignorar o pico da crise sanitária para atacar a imprensa. E foi mais além ao afirmar que "resolve o problema do vírus em poucos minutos".
Bolsonaro ataca a esta mesma imprensa que o apoiou em 2018 contra o lulapetismo na eleição presidencial.
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