Da Redação | CNA7
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Parintins (AM) - Dois meses após a interdição dos matadouros de Barreirinha e Boa Vista do Ramos, no interior do Amazonas, as cidades permanecem sem previsão para a retomada do funcionamento das atividades frigoríficas dentro dos municípios. A situação tem gerado uma série de prejuízos para o setor da economia que envolve criadores de gado, açougues e a cadeia de trabalhadores que sobrevive da renda de produtos derivados da carne bovina e suína na região.
Os matadouros de Barreirinha e Boa Vista do Ramos foram interditados em fevereiro deste ano pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) após um relatório da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) verificar as péssimas condições sanitárias nas atividades frigoríficas nos dois municípios.
De acordo com o documento, em ambos os casos, o processo de abate, corte e armazenamento da carne era feito de forma irregular e sem as mínimas condições de higiene, o que representava um risco à saúde da população. Ainda segundo a Adaf, no caso de Barreirinha, as atividades funcionavam sem licenças e autorizações exigidas pelos órgãos ambientais e de controle, como o Guia de Trânsito Animal (GTA). A falta desse documento levou os órgãos de fiscalização a considerarem o processo de abate no município como clandestino.
Segundo o Ministério Público, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado pelas prefeituras de Barreirinha e Boa Vista do Ramos. No documento, os municípios se comprometeram em adotar medidas para regularizar as atividades frigoríficas, que vão desde adequações nas instalações, processos e segurança para os trabalhadores que atuam no local.
Abatedouro de Barreirinha
Enquanto as exigências não são cumpridas, os prejuízos econômicos para população aumentam. As cidades só não estão desabastecidas porque a carne está sendo importada de outros municípios, mas a alternativa tornou o produto mais caro para a população. Situação que tem gerado insatisfação dos moradores, que cobram celeridade do poder público para o retorno das atividades frigoríficas para evitar mais transtornos.
Providências em Barreirinha
A Prefeitura de Barreirinha, por meio da Secretaria Municipal de Obras, informou que está com trabalhos em andamento para a recuperação do abatedouro do município. Os serviços incluem adequação da estrutura do prédio, com elevação da estrutura da cobertura, tratamento efetivo do piso, instalação de uma câmara frigorífica, entre outras melhorias na sala de expedição e sala dos operadores.
“Concomitantemente à execução do prédio, nós fizemos o aterro do terreno, já fizemos toda parte de drenagem e de tratamento primário dos influentes que precisam sair. Trabalhamos na rampa dos animais, nos currais de espera e tratamento dos bois, e logo em seguida nós vamos fazer os bretes, que vão acompanhar até a próximo do prédio, local aonde vai se fazer todo serviço de abate dentro das normas vigentes que a Adaf exige”, detalhou Luiz Carlos Junior, secretário de Obras de Barreirinha.
Providências em Boa Vista do Ramos
De acordo com a Secretaria de Produção e Abastecimento de Boa Vista do Ramos, os trabalhos de revitalização do abatedouro municipal também estão em andamento. Os serviços incluem reformas no prédio e as adequações higiênico-sanitárias e ambientais previstas no Termo de Ajustamento de Conduta determinado pela Justiça.
"Os trabalhos estão em andamento e nossa previsão é concluir as obras e adequações antes do prazo determinado pela Justiça. A conclusão imediata também depende do tempo chuvoso em nossa região, que acaba atrapalhando os trabalhos no local", explicou Roberto Carmo Dácio Dias, secretário de Produção e Abastecimento de Boa Vista do Ramos.
Conforme o Termo de Ajustamento de Conduta, as prefeituras de Barreirinha e Boa Vista do Ramos têm o prazo de 90 dias para concluírem as adequações nos abatedouros e para que eles voltem a operar de acordo com a legislação. O descumprimento das medidas resultará em sanções cíveis, administrativas e criminais para os municípios.
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