Caminhando pela calçada, notei uma cerca ao redor de um prédio público. E circundando essa cerca havia várias árvores, algumas delas com flores desabrochando. Me chamou a atenção uma árvore em especial. Ela era de porte baixo e tinha várias flores na cor rosa. Eram lindas. E entre as dezenas de flores que havia naquela árvore, apenas uma havia atravessado a fresta da cerca. Uma imagem interessante: enquanto o resto da árvore estava por trás, contida pela cerca, essa flor encontrou um caminho por entre os arames que impediam que as folhas da árvore atravessassem os limites do muro.
A flor não esbarrou nos fios de aço quando desabrochou, é como se ela tivesse ido mais a frente, aumentado o “pescoço” para que quando desabrochasse não fosse impedida pelo arame. Ela desviou do obstáculo, evitando que a cerca atrapalhasse o seu caminho, como havia atrapalhado das demais flores.
Eu tenho mania de olhar coisas simples e fazer associações complexas. Com essa flor não foi diferente. Na mesma hora parei, fiz uma foto, e pensei com meus botões em como a gente permite que “cercas” nos limitem.
Elas podem ser crenças adquiridas na infância, pode ser o que as outras pessoas pensam a nosso respeito ou podem ser pensamentos que nós mesmos criamos ao longo da vida. Pensamentos que nos dizem que não somos capazes disso ou aquilo; que nos rotulam. Na maior parte das vezes são cercas que existem apenas em nossa mente, mas, assim como as cercas reais, nos limitam.